Basquetebol brasileiro não empolga para as Olímpiadas Rio 2016
Brasil possui cinco medalhas na modalidade que tem os norte-americanos como favoritos
Matéria publicada originalmente em 2 de novembro de 2015
A temporada regular da NBA, melhor campeonato de basquetebol do mundo, começou no dia 27 de outubro e teve vitória do atual campeão, o Golden State Warriors, contra o New Orleans Pelicans. No plantel do melhor time da última temporada está Leandrinho Barbosa, jogador experiente da NBA e da seleção brasileira, com passagens pelo Phoenix Suns e Toronto Raptors, além de outros times da NBA e do Brasil. O ala-armador tem a companhia de outros oito brasileiros na liga norte-americana: Anderson Varejão, Marcelinho Huertas, Nenê, Tiago Splitter, Raulzinho, Bruno Caboclo, Lucas Bebê e Cristiano Felício, os três últimos, no entanto, apesar de possuírem contrato com times da liga, ainda não têm espaço garantido nas escalações e podem ser emprestados para franquias que não disputam o campeonato principal.
O Brasil já é o terceiro país que mais cede atletas estrangeiros à liga estadunidense. Apenas Canadá e França possuem mais atletas que o Brasil na NBA. São doze canadenses e dez franceses. É importante ressaltar que o Canadá é representado por um time que disputa a competição: o Toronto Raptors.
Na versão feminina da NBA (a WNBA), o Brasil conta com três jogadoras: Érika Souza, Nádia e Damiris.
Nenê, Varejão, Splitter e Huertas são alguns dos nomes brasileiros na NBA
Mesmo levando tantos nomes para o mais famoso campeonato de basquete no mundo, o esporte não é muito popular no Brasil. Em levantamento feito pelo Atlas do Esporte, o basquete não figura nem entre os dez jogos esportivos mais praticados pelos brasileiros.
Érika Souza em quadra pelo Atlanta Dream
Em jogos olímpicos, nosso país há muito não nos traz orgulho nessa modalidade. A seleção masculina conseguiu três bronzes. O último deles, contudo, foi em Tóquio, no longínquo ano de 1964. A seleção feminina, conseguiu façanhas melhores e mais recentes. O time que contava com Magic Paula, Hortência, Janeth e companhia nos trouxe a prata nos jogos de Atlanta em 1996. No ano 2000, em Sidney, as meninas do basquete ganharam o bronze.
A seleção masculina teve dificuldade para conseguir a classificação aos Jogos Olímpicos de Londres em 2012 e foi eliminada pela Argentina nas quartas de final. Para a edição do Rio de Janeiro em 2016, a vaga só foi assegurada há três meses. Mesmo sendo país sede, o Brasil não tinha vaga garantida por conta de uma dívida da Confederação Brasileira de Basketball (CBB) com a Federação Internacional de Basquete (FIBA), que foi negociada em agosto. Agora, com a vaga assegurada, resta aguardar e ver o desempenho dos atletas convocados por Rúben Magnano para a seleção masculina e Luiz Augusto Zanon para a feminina nos Jogos Olímpicos do ano que vem no Rio de Janeiro.
Na opinião de Rafael Bueno, auxiliar de cartório e fã do esporte, o Brasil não entra forte na disputa. “O elenco brasileiro está muito abaixo dos times que brigarão por medalha”, afirma ele. “Mas têm jogadores que podem ter um bom desempenho, como o Marcelinho Huertas, do Los Angeles Lakers”.
Rafael também não crê na possibilidade de algum país frustrar o favoritismo dos Estados Unidos, mas enxerga potencial na habilidade individual de alguns atletas de outras nações. “Temos jogadores (de outros países) que podem ser comparados com os estadunidenses, como o Andrew Wiggins (canadense), que vem tendo um bom desempenho e já até foi chamada de ‘ novo LeBron'”.
Marcelinho jogando pela seleção brasileira
Joab Santos, funcionário público, concorda com o raciocínio de Rafael: “Existem outras boas seleções como a da Argentina e a da Espanha, mas os Estados Unidos são os favoritos ao ouro”. Para Joab, o basquete brasileiro evoluiu um pouco nos últimos anos, porém “no máximo, o Brasil consegue o quarto lugar”. Ele reconhece os talentos de outros países, no entanto, ninguém consegue reunir tantas estrelas como o time da América do Norte. “O Stephen Curry está comendo a bola na NBA e o Paul George vai querer mostrar serviço na seleção.”
Seleção dos EUA celebrando título mundial em 2014