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Shaman Reunion

Resenha escrita em outubro de 2018

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Foto: divulgação

Crítica: Shaman retorna aos palcos com formação original em apresentação memorável

O heavy metal brasileiro é marcado por grandes brigas e separações traumáticas. Sepultura e Angra, duas das maiores bandas do gênero no País, têm suas coleções de ex-integrantes que deixaram seus postos de maneira nada amistosa. Com o Shaman não foi diferente. A banda foi formada em 2000 por três discidentes do Angra: Andre Matos, vocalista; Ricardo Confessori, baterista e Luis Mariutti, baixista, que se juntaram ao guitarrista Hugo Mariutti e ao tecladista Fábio Ribeiro. A banda teve um começo avassalador, mas, depois de dois álbuns de grande sucesso, o grupo rachou.

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O álbum de estreia da banda, Ritual, lançado em 2002 foi sucesso mundo afora, sendo inclusive eleito o melhor disco nacional do ano de 2002 pelos leitores da Folha de S. Paulo. Em 2005 a banda lançou Reason, seu segundo álbum, que não teve uma recepção tão boa quanto o primeiro, mas, ainda assim, de qualidade altíssima. Porém em 2006 veio o grande trauma. Da formação original, apenas Ricardo Confessori permaneceu na banda. O Shaman seguiu com sua segunda formação (não tão badalada quanto a primeira) até 2014, quando encerrou as atividades de vez. Em maio de 2018, porém, foi anunciado o retorno da banda para um show especial. A repercussão foi enorme e os ingressos se esgotaram rapidamente. A banda então anunciou que o que seria apenas um show viraria uma turnê.

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A espera foi longa, mas valeu a pena. Depois de 12 anos separados, os membros originais se reuniram novamente e o primeiro show da turnê, realizado no dia 22/09, foi espetacular. A casa de shows Áudio, na Barra Funda, ficou pequena para o fãs do Shaman, cheios de nostalgia e sedentos por heavy metal de qualidade. O show começou pontualmente e a banda executou na íntegra os dois álbuns que eles lançaram juntos. Logo de cara, tocaram a agitada Turn Away, faixa que abre o segundo disco da banda e a plateia se emocionou na hora. Mas os fãs foram mesmo à loucura (pela primeira vez) quando foi tocada a balada Innocence, a terceira música do show foi cantada tão alto pelo público que era quase impossível ouvir a voz do Andre Matos. Esse detalhe se repetiu em

boa parte do repertório apresentado no show, ou seja, o vocalista tinha que competir com a plateia para sua voz não ser abafada. A propósito, a voz do vocalista que marcou época não só no Shaman, mas também no Angra (e em vários outros projetos que participou), não é mais a mesma. Suas notas agudas, que chamaram a atenção até do Iron Maiden, já não são mais tão limpas quanto antigamente, mas esse fato não comprometeu sua técnica e sua presença de palco. Os outros integrantes continuam afiadíssimos e provando que o metal brasileiro não deve em nada ao gringo.

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Após tocarem o álbum Reason (o segundo da carreira do Shaman) na íntegra, a banda fez uma pausa para em seguida retornarem tocando Ritual, o primeiro e mais aclamado disco da banda - também na íntegra. Logo na primeira música da segunda parte do show a casa veio abaixo. O público cantou todas as músicas e, dessa vez, ainda mais alto. Fairy Tale, a música mais icônica da banda, foi executada de forma magistral pela banda em "parceria" com os fãs, que ajudavam no vocal. Para encerrar, Andre chamou ao palco Bruno Sutter (famoso pelo personagem metaleiro Detonator). Bruno e Andre realizaram um dueto da música Pride, que na gravação original é cantada com o músico alemão Tobias Sammet.     

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No final do show, visivelmente emocionado, Andre agradeceu ao público, que pedia o retorno em definitivo do Shaman. A banda não se comprometeu a voltar de vez, mas também não fechou as portas para essa possibilidade. A reunião da formação original do Shaman ainda passará por Manaus, Fortaleza, Recife, Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

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Foto: Bruno Sutter e André Matos

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